PERTO DE LUGAR NENHUM
(Experimental: REJUNTE 4)
“O poeta é repórter de seu tempo”
Claudio de Lima
Pelas esquinas
de gente estressada
de olhares apressados
sem nunca enxergar
as bocas famintas
guardadas em algum lugar
Resta a dor
Da vida
que corre atrás do dia
sem nunca chegar
Apesar dos gritos ouvidos
que ficam pelas calçadas
perto do nada
num silencio perturbador
Pelas esquinas da vida
De gente estressada que corre atrás do dia
De olhares apressados sem nunca chegar
Sem nunca enxergar apesar dos gritos ouvidos
As bocas famintas que ficam pelas calçadas
Guardadas em algum lugar perto do nada
Resta a dor num silencio perturbador
Claudio de Lima
“Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Morrer e matar de fome
De raiva ou de sede
São Tantas vezes
Gestos naturais...”
Letra da música: Podres Poderes
Autor: Caetano Veloso
Saiba quantas pessoas moram na rua no Brasil:
https://sbsrj.org.br/moradores-de-rua-brasil/
*Rejunte: É o nome de uma arquitetura poética experimental.
Trata-se de um novo tipo de construção, simples e fácil.
É composto por um título e 3 (três) estrofes, cada qual com o
mesmo número de versos.
Sua elaboração requer como regra a necessidade de que a
terceira estrofe, os versos da segunda seja adicionados aos versos
da primeira estrofe.
Completando assim seu sentido, estendido e ampliado na terceira
estrofe.
Portanto o número de versos de cada estrofe deverá ser o mesmo.
A quantidade única de versos fixado por estrofe é livre.