taquicardia ordinária
ah! essa minha mania histérica
de estatelar-me em meu leito
viral de ontem,
perfumada de Chanel falso, pelada e com adornos
agora mórbidos, antes cheios de epifanias triangulares,
esperando por aquele que rouba a minha cena
e meu sorriso absurdo para a vida.
sou louca, ilícita e muito virótica
imortal, gostosa e
pele de porcelana quebrada .
Sou-me! Manifesto aqui a identidade
sem rastro e qualquer vestígio,
excessiva. sem sobras para ninguém.
pausa 4:
vc me rouba o cálice de sangue metaplásico de bandeja roxa e me deixa à espera
à espera do poema que vc desconhece
à espera de um olhar tradutor e parceiro.
tenho o olhar cúmplice da parede que não me confina
como vc em sua vida. Preso.
E não sabe.
nado desnuda neste oceano poluído pós-moderninho
mas sobrevivo.
há ilhas. minhas unhas são vermelhas. Meu batom vermelho.
o mesmo do crepúsculo.
Jamais serei.
tão/malvada.