a casa que joguei ao chão
uma noite incendiei
as casas que amava.
e tudo que deveria ter sido
ato
jaz no pretérito
tão imperfeito
dos sonhos despencados
deixei meus perfumes
como imperfeição de tempo
não sei se me espera
mas há esperança em minha palavra
impronunciável.
o que se foi
foi um assombro de vida
por ora
tão morta
mas tão hoje
quanto o vívido desejo de outrora
não acredite mais
em todos os ipês que joguei
ao chão.
só que entre tempos
há duas:
alguém parida de si
e ainda assim
plena de fúria
e remorso.
(há mato
no mato
que exalo)