REDONDE GRAMATICANDO
Redondes encadeados
(Homônimos: conserto/concerto)
Ouve-se belo concerto,
no Teatro de Manaus.
Numa arte sem conserto,
tudo pronto prá saraus.
Na gramática tem homônimos.
Não confunde com sinônimos.
O poeta escreve certo,
com a alma e atinge graus.
Ouve-se belo concerto
no Teatro de Manaus.
Rogério Marques
No Teatro de Manaus,
local de grande beleza
desde ópera até saraus.
Cultura de realeza,
Apresenta-se concerto,
pois arte não tem conserto.
É livre, plena, altos graus.
Isso se sente com certeza
no Teatro de Manaus,
local de grande beleza.
Neide Pantoja
===================================
Homônimos: Inserto/incerto
Caminhamos neste mundo
praticamente no incerto
Mas com desejo profundo
Que o planejado dê certo.
Não prevemos o futuro
O melhor é estar seguro.
Por isso vamos a fundo
E no contexto inserto,
caminhamos neste mundo
praticamente no incerto
(Neide Pantoja)
Praticamente no incerto
nossa rotina diária,
que o labor é duro e certo
na oração necessária.
Que o mesmo é Oratório,
sagrado laboratório.
Enfim, alimento inserto
nesta mesa solidária.
Praticamente no incerto
nossa rotina diária.
(Rogério Marques)
=============================================
HOMÔNIMOS INSIPIENTE/INCIPIENTE
Insipiencia danada
é de quem diz saber tudo.
O sábio diz saber nada,
incipiente, contudo.
Sabedoria sublime
ouvir mais o que se prime.
Experiência forçada
do conquistador sisudo.
Insipiencia danada
é de quem diz saber tudo.
(Rogério Marques)
É de quem diz saber tudo,
pura falta de saber!
Melhor mesmo é ficar mudo
do que insensato, ser.
Ao insipiente, isso posto,
procure ser o oposto:
um incipiente; contudo,
disposto a aprender...
É de quem diz saber tudo,
pura falta de saber!
(Francisco de Assis Góis)
=================================================
1 Homófonos/Semântica Estrutural
Perco a sessão de cinema,
mas não perco o alto astral.
Sempre carrego um dilema,
na seção eleitoral.
Autoestima para amar;
alto-mar pra velejar.
Homófonas - um bom tema:
Semântica estrutural.
Perco a sessão de cinema,
mas não perco o alto astral.
Wanda Cunha/MA.
2 Homógrafos/Semântica
Gosto do gosto da vida,
Sossego no seu sossego.
E mesmo que haja ferida,
Não corro nem peço arrego.
Vivo um dia a cada dia
na tristeza e na alegria.
A Deus sou agradecida
Durmo no seu aconchego
Gosto do gosto da vida,
Sossego no seu sossego.
Wanda Cunha/MA.
3 Homófonas/homógrafas. Semântica
Começo o dia pensando
naquilo que desconheco.
E enquanto vou estudando,
sinto que volto ao começo.
Faço um censo de lembranças
com o senso das crianças,
as quais conheci brincando
numa alegria sem preço.
Começo o dia pensando
Naquilo que desconheço.
Wanda Cunha/MA
4 Homonimos perfeitos. Semântica
Vocês verão, no verão,
o dia acordar mais cedo.
Eu cedo ao meu coração.
Nunca soube o que é ter medo.
Caminho sobre o espinho
percorrendo o meu caminho.
Vocês não sabem quem são
Não sou são neste degredo.
Vocês verão, no verão,
o dia acordar mais cedo.
WANDA CUNHA/MA.
5 Parônimas. Semântica
Acendo a luz do meu dia,
mas não ascendo ao luar.
Se dilato a alegria,
delato a dor ao cantar.
Eu absolvo o meu amor,
mas eu não absorvo a dor.
Retifico a nostalgia.
Não ratifico chorar.
Acendo a luz do meu dia,
mas não ascendo ao luar.
Wanda Cunha/MA
===========================================
USO DA CRASE -
Se mora na e vem da,
quando vai, craseia o a.
Usa acento grave na
contração de a mais a.
É tão simples e sutil
num estudo pueril.
Usa a crase quando dá
encontro deste tal a.
Se mora na e vem da,
quando vai, craseia o a.
(Rogério Marques)
OBS: Houve sugestão apresentada para criação da Cartilha didática de Gramática em versos.
===========================================
GRAMATICANDO EM REDONDE
Termos Acessórios da Oração
É, pois, um termo acessório
com um valor adjetivo,
que serve como 'adjutório',
realce ao substantivo.
Na oração, "Quis sonho astral",
eis o adjunto adnominal.
Conteúdo obrigatório
das aulas no ano letivo.
É, pois, um termo acessório
com um valor adjetivo.
Adjunto adverbial, ora,
como diz o nome escrito,
é o termo que bem aflora
fato pelo verbo dito:
Amei-a perdidamente,
platônica e de repente.
Do redonde eu sou agora,
gramaticando com fito.
Adjunto adnominal, ora,
como diz o nome escrito.
De caráter nominal,
sim, é o aposto que se junta
a um substantivo, qual
uma explicação: que assunta.
Eu, poeta do redonde,
não brinco de esconde-esconde.
Mostro o dom gramatical,
respondo o que me pergunta.
De caráter nominal,
sim, é o aposto que se junta.
*Pesquisa preliminar in "Nova Gramática do Português Contemporâneo", de Celso Cunha e Lindley Cintra.
Afonso de Castro Gonçalves
Maravilhas -- Flor das Gerais.
GRAMATICANDO EM REDONDE
Bem serve para invocar
uma pessoa ou coisa dada.
Vocativo tem lugar
na gramática estudada.
Aceitai, ó Senhor Deus,
os pobres rabiscos meus!
Põe-se o vocativo a dar
a entoação desejada.
Bem serve para invocar
uma pessoa ou coisa dada.
() *Pesquisa preliminar in "Nova Gramática do Português Contemporâneo", de Celso Cunha e Lindley Cintra.
Afonso de Castro Gonçalves.
Maravilhas -- Flor das Gerais.
GRAMATICANDO EM REDONDE
Quando o artigo definido
feminino -- bel lição --
vem, se mostra precedido
por um "a" preposição,
resulta no "a" craseado:
Vou à cidade. Falado?
E o bom fruto foi colhido,
eu já disse de antemão.
Quando o artigo definido
feminino -- bel lição...
() *Pesquisa preliminar in "Nova Gramática do Português Contemporâneo", de Celso Cunha e Lindley Cintra.
Afonso de Castro Gonçalves.
Maravilhas -- Flor das Gerais.
===========================================
Redonde Gramaticando
Sintaxe - Termos essenciais da oração:
Sujeito e predicado
Rege o verbo, o sujeito,
com as ações no predicado,
e até elogio feito,
predicativo calado.
Eis os termos essenciais
em vistas oracionais.
Nesta lição está feito,
como se dá o recado.
Rege o verbo, o sujeito,
com as ações no predicado.
Rogério Marques
Redonde Gramaticando
Prosódia
Língua rica, a portuguesa,
dizer diabo é diacho,
não há qualquer estranheza,
cousa ou coisa de tacho.
Nesta prosódia, uma prosa,
para servir de tal glosa.
O poeta na realeza
brota seus versos no cacho.
Língua rica, portuguesa,
dizer diabo é diacho!
Rogério Marques
===========================================
Gramaticando em redondes
AMAR: sistemas morfológico, sintático e fonológico
Amar, verbo regular,
tao meu!...tão sentimental,
que não permite mudar
sua base: o radical.
Amar: eis o meu dilema!
Mas AMA, então, vira o tema
do poema singular.
Morfema é gramatical.
Amar, verbo regular,
tao meu!...tão sentimental!...
Wanda Cunha/MA.
Amar, verbo intransitivo:
foi o que disse o poeta.
Mas nada é definitivo.
Significação completa?
Se transitivo é o amor,
amar é um viajador.
Contexto é aplicativo,
quando a alma é incompleta.
Amar, verbo intransitivo:
foi o que disse o poeta.
Wanda Cunha/MA
Amar tem os seus sistemas.
Quatro letras, quatro sons.
De sons, chamamos fonemas,
entre bocas e batons.
As letras, imagens gráficas,
Lições também ortográficas.
Fonologia entre os temas
em redondes e em bons-tons.
Amar tem os seus sistemas.
Quatro letras, quatro sons.
Wanda Cunha/MA
===========================================
GRAMATICANDO EM REDONDE
"A língua escrita para suprir está carência -- recursos da língua falada -- serviu-se da pontuação." (Nova Gramática do Português Contemporâneo, pág. 625, de Celso Cunha e Lindley Cintra)
A língua criou os tais
sinais de pontuação:
Os primeiros são pausais,
outros mais de entoação.
Mas podem numa só guia
ser a pausa e a melodia.
Para suprir os seus ais,
ter a oral elocução,
a língua criou os tais
sinais de pontuação.
Afonso de Castro Gonçalves.
Maravilhas -- Flor das Gerais.
===========================================
Redonde Gramaticando
PONTUAÇÃO VÍRGULA E OS DEMAIS SINAIS
Pausa para respirar,
co'a ajuda da Virgulina.
Nas paradas, é pontuar
e com o ponto termina.
A vírgula e os seus parentes
fazem os textos descentes.
É bem preciso estudar,
pontuando a rotina.
Pausa para respirar,
co'a ajuda da Virgulina!
Rogério Marques
===========================================
Co'a ajuda da Virgulina
Atrevo-me a poetar
Gramática me alucina
Quando começo a pensar
Perco as regras do juízo
Faço versos de improviso
O preço da gasolina
Me instiga a denunciar
Co'a ajuda da Virgulina
Atrevo-me a poetar
Cleusa Piovesan
===========================================
A VÍRGULA - redonde
Não foi apenas pra pausa
que a vírgula foi inventada.
Dos efeitos que ela causa,
segue só uma “pitada”:
Não faça isso; adverte ...
Não, faça isso; a coisa inverte!
Ela é razão ou concausa
de uma confusão danada!
Não foi apenas pra pausa
que a vírgula foi inventada.
(Francisco de Assis Góis
===========================================
Redonde Gramaticando
Ortografia formação de substantivos derivados de verbos terminados em der, ter , dir e tir. Se os finais desaparecem s ou ss; se permanecem c ou cedilha.
Se atenha com cautela,
preste muita atenção.
Pretender os olhos nela,
pretensão do coração.
Ortografia e gramática,
eis a lição emblemática.
Todo acerto de tabela
valoriza e foca a ação.
Se atenha com cautela,
preste muita atenção.
Rogério Marques
REDONDE GRAMATICANDO USO DO PORQUE
Interroga-me o porquê
em sombria exclamação.
Na pergunta é: - Por que?
Com resposta, afirmação.
Quatro formas bem usadas,
Sentenças curtas ousadas.
Não tem porque esquece(r)
deste poema-lição.
Interroga-me o porquê
em sombria exclamação!
ROGERIO MARQUES
O Porqu(ito) e a Virgulina
resolveram se casar,
para o bem da disciplina
da noção de pontuar.
Tantos porquês sem sinal,
a vírgula altera, afinal.
Poetar é a nossa sina
do sentimento de amar.
O Porqu(ito) e a Virgulina
resolveram se casar.
Rogério Marques
===========================================
Gramaticando - Uso dos porquês (Redonde)
Pergunta-se separado
O porquê em duas partes
Já na resposta, é pegado.
Não vale fazer apartes.
Por que você vai falar?
Só porque quero explicar!
Tem porque acentuado
Mas para que não descartes
Pergunta-se separado
O porquê em duas partes.
(Alberto Valença Lima)
===========================================
GRAMATICANDO EM REDONDE (final)
Por que, por quê, porque, porquê.
Quando pergunto inflamado,
uso "por que". Tá escrito.
Mas no fim do fraseado
o "por quê" eu exercito.
Por que componho redonde,
por quê? O eco me responde.
Vate, porque é meu fado,
no mais o porquê foi dito.
Quando pergunto inflamado,
uso "por que". Tá escrito.
Afonso de Castro Gonçalves
Maravilhas -- Flor das Gerais.