Carol viu nascer
Carol viu nascer. Desde o começo. Ajudou a inspirar, poderia ser dito. Despertava o interesse sobre o que escrevia. Não sei dizer ao certo se ela só viu nascer. Pensando bem, melhor dizer: ela ajudou a fazer. Se ela não tivesse lá poucas chances eu teria para alcançar a ideia da relação entre o personagem e o leitor. Carol, a personagem, e você, o leitor. Didático assim. Sem ela essas palavras se perderiam e não seriam lidas por você. Você, no final, irá desconfiar que foi enrolado por mim. Começará a desconfiar do que disse na primeira frase do que está escrito no começo do texto. Concluirá que não foi só a Carol que viu nascer, pois você também pode ver. A primeira frase é limitada. Carol criou desde o começo. Porém, só houve começo porque estávamos processando uma indagação: o que será que a Carol viu? Se não estivéssemos passado nossos olhos na primeira frase - aquela já repetida sobre a Carol - nada disso existiria. Seria somente uma ideia esquecida na minha cabeça e jamais visitada. Isso que pensou foi eu, o autor deste texto. Até o dia em que escrevi: Carol viu nascer. Essa frase é o título do livro que só a Carol viu junto com você. Obrigado por vocês existirem. Sem vocês não teria escrito nada sobre coisa algum. Provavelmente, eu estaria anotando uma frase solta para tentar depois escrever um texto em cima daquela inspiração. Quem duvida que tudo não passa de mentira? A Carol nunca existiu e você continua lendo e acreditando que possa haver uma reviravolta. O leitor se apaixona por aquilo que ele lê. Se não lê é sinal que essa canção-postal não aconteceu.