REBOTALHOS
De cômodos anos serenos,
O mundo envolto em pandemônio,
Pandemia qual vil demônio
Faz da vida algo de somenos
Interesse, onde vale menos
Que um mísero triste sonho.
Sonhos que alimentam a vida,
Sem os quais, nada se realiza,
Não se terá, nem sobrevida,
Nenhum futuro se divisa,
Chorume exala em pez ferida.
Roubam-lhe o presente, o sustento
Ímpia claque ante a derrocada
Classe operária sufocada...
Capricho político cruento.
Vil programado genocídio
Meio assim justificado
Por fins que culminam em altercídio.
Tragédia total evitável
Com melhor desfecho provável
Enquanto isso, sinto em frangalhos,
Despedaçado em rebotalhos.