Réquiem
Um descanso que não permite a recuperação das forças aplicadas na empresa única da vida. A que nos fornece as condições de saber não existir uma única a dar explicações ao que brota violento do solo úmido de nossos sentimentos mais coloquiais. Que, por serem, nos é impedido de definir ao olharmos a todos de frente, como peritos artesãos da alma que não somos.
Encostei minha enferrujada consciência no travesseiro de penas das especulações e ela afundou deformada sob o peso da fronha da realidade. Apertei o peito com as mãos enrugadas pelas lágrimas que não caíam e me dei conta do sonho e seu exército de mentiras que alinham nossos desejos numa fila de execução sumária.
Acordei. O teto continua a mesma distância da minha testa.
Deveria ser pecado.
É. Mas, não me permite.