Mágoa
Tem tanto tempo que eu não vejo
alguém como você,
ou olhos tão vazios
quanto os seus.
Talvez fosse só coisa da minha cabeça
o frio que surgia
na minha barriga
quando eu me perdia
no seu olhar,
e tudo que senti
não tenha passado
de um ledo engano,
um erro crasso
rude,
e escroto.
Mas eu me pergunto sempre
por onde andam os seus pensamentos
e se ainda me resta um pouco
da paixão que eu sentia
ou das loucuras que você me dizia
que queria viver,
junto comigo...
algo além
de memórias
dos nossos momentos
perdidos
entre a fumaça
entre as ruas e bares
e bancos de praça,
que devassamos.
Me pergunto se restou,
algo dentro de mim
que não esteja torto.
algo além
da mágoa fria,
por todas as camas
em que você se deitou.