Mágoa

Tem tanto tempo que eu não vejo

alguém como você,

ou olhos tão vazios

quanto os seus.

Talvez fosse só coisa da minha cabeça

o frio que surgia

na minha barriga

quando eu me perdia

no seu olhar,

e tudo que senti

não tenha passado

de um ledo engano,

um erro crasso

rude,

e escroto.

Mas eu me pergunto sempre

por onde andam os seus pensamentos

e se ainda me resta um pouco

da paixão que eu sentia

ou das loucuras que você me dizia

que queria viver,

junto comigo...

algo além

de memórias

dos nossos momentos

perdidos

entre a fumaça

entre as ruas e bares

e bancos de praça,

que devassamos.

Me pergunto se restou,

algo dentro de mim

que não esteja torto.

algo além

da mágoa fria,

por todas as camas

em que você se deitou.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 15/06/2021
Código do texto: T7279257
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