- Gafieira no meu peito -

Você é como o suor

do carnaval

que não escorreu

e a saudade que eu senti

mas que não vivi

e a embriaguez

que perdi na quarta feira

em que nos despedimos.

mas eu ainda ergo

a minha velha bandeira

rasgada

minha paixão

minha voz desafinada

e o sangue que corre

nas minhas veias

há trezentos batalhões

de desenganados

e um punhado

de apaixonados

subindo a ladeira

bem ao meu lado,

E todo frevo

que eu não danço

toda marcha que eu não canto

e o maracatu que retumba

descontrolado

me lembram que Recife

é dos que amam

e dos que lutam

por todas as causas perdidas

que ainda valem a pena lutar

a cidade seguirá em chamas

junto com meu peito

nas as ladeiras

nas igrejas

nas calçadas

Na rua da Aurora

na Guararapes

em Olinda,

e na beira do porto.

por isso eu te digo

hei de amar

meio vivo, meio morto

enquanto houver fogo

dentro de mim.

Mesmo que você me esqueça

Mesmo que você se perca

dos meus abraços

já perto do fim.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 31/03/2021
Reeditado em 09/04/2021
Código do texto: T7220110
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