A filha da Rosa
De fato, é muito interessante viver em um jardim. Cercada de cor, o sol quente das manhãs de primavera, o orvalho tocando delicamemte cada parte do meu ser...
Mas por mais belo e lúdico que possa parecer, as piores prisões são aquelas onde não se enxerga os muros, e a embriaguez dos prazeres lhe distraí de suas correntes...
Prazer, eu sou a filha da rosa...
Começando pelo começo, as vezes já na infância se percebe que se é diferente; é comum, mas não se é normal, tem uma dualidade gigantesca consigo mesma, Ora criança inquieta, ora velha faladeira. Sendo assim, não é de se surpreender a falta de paciência das pessoas ao redor.
A maioria das pessoas são almas amarguras, presas em suas cláusuras de carne, estão tão mergulhadas em um mar de dor e desespero que não conseguem enxergar uma flor, um simples e singelo botão de rosa em sua frente, aliás, acreditam piamente que seus espinhos são armas para ataque, e que na menor tentativa de aproximação, se sairá mortalmente ferido. Quanta tolice...
As rosas tem uma beleza mui particular, ao mesmo tempo que possuí uma delicadeza ímpar, é rodeada de espinhos, estes para proteção, nunca para ataque.
Não é necessário ser botânico ou jardineiro para saber que de todas as flores, a mais bela e sensível do Jardim é a que possuí suas próprias armas, porém, é tbm a que precisa de mais cuidado, pois é comum que seja tocada com agressividade por um admirador mais estúpido, este por sua vez, é o mesmo que reclama por espertar -se nos espinhos, de quem tem uma fragilidade tão singular...