Poeta Sem Inspiração

Por Nemilson Vieira (*)

Poeta sem inspiração não respira um ar que carece, nem sente o calor do sol que aquece; a vida passa em tristes ais…

Sem tanta razão, não brinca com as palavras…

É um peixe fora d'água, um rio sem correr, um garimpeiro sem lavras; represa que não desagua dor que não se acaba.

Por faltar-lhe o assunto, a graça dos versos, o prazer da rima…

Vive num deserto, desejoso do retorno à motivação, o caminho que caminhou; encontrar-se consigo mesmo e com a poesia que mais quer.

O poeta sem inspiração é como ave sem um ninho e, penas para voar. É como um atleta sem pernas a querer correr, jogar...

Sem cabeça para pensar teme que lhe falte o bom da vida: a imaginação, alegria de versar, a motivação para criar.

Como chegará a algum lugar sem os olhos para enxergar, sensibilidade para sentir, chão para pisar?

Um poeta assim tem um coração na mão (o tempo todo), não no peito; sem um compasso perfeito não bate que chega.

Precisa de energia para correr pelos campos do sentir… Gosto para amar, se divertir, viver...

Contudo, segue esperançoso ao retorno à poesia; à vida normal de um poeta.

*Nemilson Vieira

Acadêmico Literário.