Pronto Socorro das Letras
Por Nemilson Vieira de Morais (*)
No ofício de escrever, vi meus escritos tomarem formas, substância, sentido, independência; ares de liberdade...
Contornei obstáculos, ganhei à terra, céus, mares; enchi o mundo de dizeres…
Nas produções textuais, mutantes nuvens se formaram, num horizonte além de mim...
No fragmento sonoro das palavras: imaginadas, proferidas, expostas versei como pude, dentro das minhas limitações.
Nos corações, de bom grado, encontrei guarida e, de boca em boca, boas novas propaguei...
Os caríssimos leitores viajam nos enredos, tramas, pensamentos. Os mais exigentes não perdoam meus deslizes... outros, dão-me 'descontos'.
Num momento, em que o branco em cinza se faz, não vislumbro o azul do infinito: a noite das incertezas vêm, mas o sereno reparador da paciência irriga as minhas plantações textuais…
Assim a nobre missão de alimentar o espírito humano, do verde das plantações revigora-me o ânimo a seguir na escrita.
Renovei a esperança do idoso, a alegria da criança nas muitas histórias que contei, nas brincadeiras que fiz… com as palavras.
Se os males do corpo e da alma afligirem-me, o prazer da leitura e da escrita pode salvar-me, em terapia-ocupacional.
Internado, nessa unidade terapêutica (Pronto Socorro das Letras), restabeleço a minha saúde: da falta do saber, do conhecer, do imaginar, pequenas e grandes coisas que não sabia...
*Nemilson Vieira de Moraes
Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.
Acadêmico Literário.