Procura
Você encontrou
o meu olhar atravessado
nas curvas do teu corpo
E eu percebi que não estava só,
no absurdo de querer,
E de varar as madrugadas
sem pensar em consequências.
Você percebeu logo
que eu estava preso,
e perdido
sem ter prometido
qualquer coisa
Ou esperado nada em troca.
Mas eu não sofro, nem gozo só
E é normal que eu escorra
Junto com o suor nos teus lençóis.
Eu não presto...
E você sabe,
mas finge muito bem
assim como alguém
que morre
de amor,
na quarta feira
enquanto o carnaval se esvai em cinzas.
E eu me pergunto, enfim
O que eu poderia te dizer,
quando nossos olhos se encontram
tão fora de hora,
e quando você me fala sobre o quão profundo
meu olhar parece ser.
mas a verdade, pura e fria
é que ainda busco os meus pedaços
entre esquinas
e mesas de bar.
e se sigo incompleto
não é por vaidade
mas por teimosia
que varo as noites,
a procurar.