Procura

Você encontrou

o meu olhar atravessado

nas curvas do teu corpo

E eu percebi que não estava só,

no absurdo de querer,

E de varar as madrugadas

sem pensar em consequências.

Você percebeu logo

que eu estava preso,

e perdido

sem ter prometido

qualquer coisa

Ou esperado nada em troca.

Mas eu não sofro, nem gozo só

E é normal que eu escorra

Junto com o suor nos teus lençóis.

Eu não presto...

E você sabe,

mas finge muito bem

assim como alguém

que morre

de amor,

na quarta feira

enquanto o carnaval se esvai em cinzas.

E eu me pergunto, enfim

O que eu poderia te dizer,

quando nossos olhos se encontram

tão fora de hora,

e quando você me fala sobre o quão profundo

meu olhar parece ser.

mas a verdade, pura e fria

é que ainda busco os meus pedaços

entre esquinas

e mesas de bar.

e se sigo incompleto

não é por vaidade

mas por teimosia

que varo as noites,

a procurar.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 03/10/2020
Reeditado em 03/10/2020
Código do texto: T7078257
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