Poesia Sem Cio

deixa-me ao vazio

assim,

batida de frente

com o inapreensível que se foi.

baila-me ao crepúsculo

juntos aos deuses decantados

que me abandonam

sem dedicatórias profanas.

porque depravados de torpor

ao úmido de ontem, cheiros

sujam o corpo do poema

fossilizado em velhos cios,

deixa-me só. e à espreita de uma

espera bem partida

.

eu tenho um cadeado e um

desinfetante de palavras

mancas

( quero teu outro cio)