O desenrolar das palavras

Andando pelo... Pela escada e sempre pensando em descer, um descida sempre densa, comprida, larga e confusa. Ela sempre me deixa um pouco atordoado, um pouco desesperado e um pouco improvisado. Eu acho que encontrei a melhor palavra, eu estou improvisando até agora, estou escrevendo tão rápido que não consigo parar de pensar e de sentir, mas será que eu irei conseguir juntar tudo o que criei até aqui. Uma pausa eu tive que fazer para conseguir resumir o sol - que me inteiramente cobriu com seus raios e anzóis - para não chegar em alguma conclusão antecipada. Não só por ele estar presente, ele continua sendo maduro, continua fugindo por trás do muro e eu sem saber o que encontrar, sem saber em que claridade me achar - acabei no escuro me sentindo em um lar. E é claro que eu não iria gostar de nada enxergar, de nada contemplar e ao mesmo tempo de tudo ter que adorar. Eu, eu tenho que aprender comigo mesmo. Tenho que saber quando estarei mais disposto a abandonar tudo o que já caiu dos meus dedos. Tenho que olhar para as estrelas e me enxergar no céu imundo e tão cheio de graça que me distraio com pouco barulho. Mesmo assim e mesmo agora a gente aparecendo desenterrando o silêncio e jogando na cova outro bezerro. Indo também refrescar o relento que vivemos em dias que não chegaram tão perto do sofrimento que nos afastou tão dispersos de outro veneno e agora somos nós que nos enxergamos no espelho e do outro lado sou eu que me encontro conversando comigo mesmo. Estou enlouquecendo e o tempo que eu passo me ouvindo só percebo que sou fruto do meu próprio deserto. Agora, agora que não somos nós, eu só sou eu e sendo eu, sou muito mais do que um Deus. Eu sou tão imenso, tão atento, tão intenso e completamente virado para o suspense que antecede qualquer surgimento de repente. Só posso agora encerrar a noite e não pensar mas na morte que tive ao cogitar em falar com quem me ouve. Terei que colocar o gado para dentro e te fazer um convite para entrar comigo, tomar um chá e cravar sobre a mesa um prudente altar. E é aí que nós nos unimos. Nós festejamos, nos descobrimos, nos abraçamos, nos penetramos e assim pensamos que tudo que fizemos foi por um bem que todos nós emanamos. E depois de voltarmos no tempo, seremos seguidos pelo velho Alfredo que como nossos parentes, têm completamente tudo o que nos ofende. Sejamos honestos com o que defendemos. Estando a passos de nos reunir com as mesmas energias que nos sopram os ventos. Fazendo com que nossos corpos entrem em sintonia com o balançar de todos os elementos.

iaGovinda
Enviado por iaGovinda em 09/07/2020
Reeditado em 09/07/2020
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