Espelho
Ser a partir do permitido
em experiência
a partir do imposto
em corpo
parte da pele terrenta.
O espelho escancara
joga na cara
o tronco formado.
Simultâneo
as raízes buscam
sustento
em territórios profundos
profanos, imundos
solenes, divinos.
A superfície
território visível
que macula o espelho
que insiste em ser
franco.
Mais, bem mais
ainda voltam aos mesmos
territórios invisíveis
o subterrâneo.
A permanência da vida
pulsante
no escuro e na umidade
viscosa
que não se mostra à luz
mas sentida
intensamente vivida
porque
inevitável
se projeta no tronco.
Incessante
tange o possível
infinito no espelho.