Espelho

Ser a partir do permitido

em experiência

a partir do imposto

em corpo

parte da pele terrenta.

O espelho escancara

joga na cara

o tronco formado.

Simultâneo

as raízes buscam

sustento

em territórios profundos

profanos, imundos

solenes, divinos.

A superfície

território visível

que macula o espelho

que insiste em ser

franco.

Mais, bem mais

ainda voltam aos mesmos

territórios invisíveis

o subterrâneo.

A permanência da vida

pulsante

no escuro e na umidade

viscosa

que não se mostra à luz

mas sentida

intensamente vivida

porque

inevitável

se projeta no tronco.

Incessante

tange o possível

infinito no espelho.

Beth Mourão
Enviado por Beth Mourão em 09/06/2020
Código do texto: T6972319
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