Bares e Bancos de Praça
Cinco veados velhos sentados em bancos de praça,
cantavam como se fossem os Bee Gees,
e as pessoas passavam, os olhavam e sorriam, antes de voltar aos seus caminhos.
Eu seguia com a minha onda, de não me sentir completo com nada, por muito tempo
mas ainda assim eu continuava andando,
e aquele semblante cavernoso da bad,
parecia que já fazia parte da paisagem do meu rosto.
Enfim, tanto faz que eu já não escreva com a mesma paixão,
e que eu beba mais,
mas faça menos amor e mais sexo,
tanto faz que eu deixe as cinzas caírem fora do cinzeiro
e nunca me lembre de consertar o chuveiro, a não ser quando a água está gelada demais
até para lavar os pés,
Me conformo com os fins de tarde que ainda me cabem.
Talvez eu seja assim, tão desconjuntado, por uma questão de vida
e os trinta e tantos só tenham aumentado as horas de ressaca
depois das minhas noites de cegueira e suor
em camas aleatórias, que insistem em não secar.
Mas os veados continuarão cantando
e as pessoas continuarão amando e fodendo
as camas e os psicológicos, umas das outras.
Os bancos de praça e os bares
são o que resta para os velhos e para os amargurados...
Espero encontrar o meu, enfim,
antes que anoiteça.