Bares e Bancos de Praça

Cinco veados velhos sentados em bancos de praça,

cantavam como se fossem os Bee Gees,

e as pessoas passavam, os olhavam e sorriam, antes de voltar aos seus caminhos.

Eu seguia com a minha onda, de não me sentir completo com nada, por muito tempo

mas ainda assim eu continuava andando,

e aquele semblante cavernoso da bad,

parecia que já fazia parte da paisagem do meu rosto.

Enfim, tanto faz que eu já não escreva com a mesma paixão,

e que eu beba mais,

mas faça menos amor e mais sexo,

tanto faz que eu deixe as cinzas caírem fora do cinzeiro

e nunca me lembre de consertar o chuveiro, a não ser quando a água está gelada demais

até para lavar os pés,

Me conformo com os fins de tarde que ainda me cabem.

Talvez eu seja assim, tão desconjuntado, por uma questão de vida

e os trinta e tantos só tenham aumentado as horas de ressaca

depois das minhas noites de cegueira e suor

em camas aleatórias, que insistem em não secar.

Mas os veados continuarão cantando

e as pessoas continuarão amando e fodendo

as camas e os psicológicos, umas das outras.

Os bancos de praça e os bares

são o que resta para os velhos e para os amargurados...

Espero encontrar o meu, enfim,

antes que anoiteça.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 10/05/2020
Código do texto: T6943429
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.