flor da lua em quarentena

(ao amar entendi a que meu corpo serve,

aquele de mais ajuntado veio cá a beirar minha pele

hoje, confinada)

quarentena.

pouco tempo tem

tua pele me interrogou

de quem seria meu rosto.

a memória já não se fazia palavra,

narrada em tom desaparecido,

lua que evanesce.

sem espelho, delimita o inédito

forma em corpo outro

já havia claustro

já havia vírus

já havia flor

.

antes do mundo mudar-se.