taquicardia ordinária

ah! essa minha mania histérica

de estatelar-me em meu leito

rubro de ontem,

perfumada de Chanel, pelada e com adornos

agora mórbidos, antes cheios de epifanias triangulares,

esperando por aquele que rouba a minha cena

e meu sorriso absurdo para a vida

sou louca, sou bruxa e muito doida

imortal, gostosa e branca,

pele de porcelana .

Sou-me! Manifesto aqui a identidade

de menina má.

vc me rouba o cálice de sangue metaplásico de bandeja roxa e me deixa à espera

à espera do poema que vc desconhece

à espera de um olhar tradutor e parceiro.

tenho o olhar cúmplice da parede que não me confina

como vc em sua vida. Preso. E não sabe.

nado desnuda neste oceano poluído pós-moderninho

mas sobrevivo.

há ilhas. minhas unhas são vermelhas. Meu batom vermelho.

o mesmo do crepúsculo.

Jamais serei.

.

/malvada.