Falta

Talvez me falte muito ainda

para que eu caia em mim

e pare de andar por aí

pelas ruas da cidade,

sem saber por que estou andando.

E não foram poucas as vezes

em que eu bebi até o meu ultimo tostão

e voltei para casa à pé.

me arrastando

com lágrimas nos olhos

uivando feito um cão.

Pois tu,

como uma cachorra,

cuspiste-me na cara,

e comeste-me minha sanidade

como se fosse tua ração.

Mas hoje, mesmo que eu não tenha paz

e não me esqueça

do acontecido

e permaneça mudo

e de coração partido,

As lágrimas que choro,

choro muito mais pelo pedaço

que morreu dentro de mim

Do que pela falta

que hoje, enfim

você já não me faz.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 24/10/2019
Código do texto: T6778144
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.