O INTERVALO MALDITO
Na idade média, o intervalo de trítono era proibido de ser tocado ou cantado em diversos cultos religiosos por ser considerado o intervalo do demo. Por isso, os religiosos o chamavam-no de Diabolus in Música. Hoje em dia o intervalo maldito é empregado farta e indiscriminadamente em todos os cultos religiosos, sem exceção, onde quer que haja a necessidade de um acorde de preparação. Mas, falando em termos musicais, o termo TRÍTONO significa tão só mente uma distância (intervalo) de três tons entre duas notas dadas.
Note bem que, em relação às escalas de DÓ maior e DÓ menor, as notas atrativas FÁ e SI, são representadas respectivamente pelos graus IV e o VII que são seus relativos de ambas as escalas. Porém, em relação ao acorde G7, as mesmas notas passam a desempenhar a função de 7° do referido acorde satânico.
Na prática: G7 como acorde de “tensão”, seguido conseguentimente de seus respetivos relativos, C7M & Cm (7+), como sendo acordes de repouso.
O trítono ( 4a. aumentada ou 5a. diminuida) é um intervalo encontrado em todos os acordes maiores com a sétima menor (tétrades), quebra o aqueles cuja a característica é a preparação. Ou seja, quando tocamos um acorde de SOL com sétima ( G7 ) nos criamos uma expectativa de resolução em um acorde de Dó maior ( C ) ou Dó menor ( Cm ), que são acordes de função tônica.
De acordo com Jung, devemos tratar nossos sonhos não como eventos isolados, mas como comunicações dos contínuos processos inconscientes. Ao analisar um sonho, não devemos esquecer de considerar as atitudes, a experiência e a formação do sonhador.
O sonho de Tartini representa um clássico pacto faustiniano com o Diabo, mas provavelmente, o que Tartini fez no sonho foi restabelecer a relação com seu alter ego interior. Ele encontrou o que Jung chamou de Sombra, o pequeno diabo dentro de nós, um lado oculto inconsciente que pode ser nosso aliado, se assim permitirmos.
A Sombra é o centro do Inconsciente Pessoal, tudo aquilo que nunca desenvolvemos em nós mesmos, tudo que foi reprimido pela consciência. Portanto, é comum que em sonhos, a Sombra seja representada por um personagem escuro, primitivo e contrário a nós mesmos.
Se considerarmos que, na Kabbalah, o Diabo é o caminho que leva de Hod (a Razão) a Tiferet (a Iluminação), não por acaso, que além de ser considerado o maior violinista do século XVIII, Tartini foi também um grande pedagogo. Tartini soube lidar com sua Sombra, o “Diabo” lhe servira de inspiração para encarar suas falhas técnicas a ponto de desenvolver novas metodologias de ensino para iluminar a mente das futuras gerações.