Meu desengano
Onde será que eu vou parar?
eu me pergunto.
Nos momentos que consigo parar pra meditar
sobre essa coisa torta que se tornou a minha vida.
Talvez os bares não sejam enfim os melhores lugares
para se estar,
nem as igrejas, nem os prostíbulos
nem as universidades
cheias de seus novos egos
inflados e perdidos.
Infelizmente não me agrada
respirar o pó da estrada
nem tenho tesão
pela solidão
e pelo isolamento.
Eu gosto do meu copo sempre
pelo menos,
meio cheio
e as vezes, de alguém pra dividir a minha cama
sem reclamar das minhas cinzas
espalhadas pelo chão.
Mas toda vez que me olho no espelho
me ponho a pensar
com a testa franzida
se ainda tem espaço na minha vida
para as aventuras que eu vivo
entra ano e sai ano.
para as minhas sextas feiras de estupor
para os sábados
que amanheço
quase sempre acordado
com o peito carregado
por todo o meu desengano