Corpos Silenciados e o racismo
Corpos Silenciados e o racismo
A mãe encantada
nina a essência
da sua plenitude
com orgulho
Cuida com a alma
alimenta e acalenta
dorme meu amor
mamãe quer descansar
A família, amigos (as)
visitam e parabenizam
celebram a vida
Ninava , afagava, cuidava
ensinava com todo carinho
os primeiros passos,
as primeiras palavras
Mas, o racismo social
não respeitou a dor
mais um, mais uma
em meio ao pesadelo
do silêncio mortal
Presa (o) em seu quarto
já não conversa, não come
não basta o amor sincero
da mãe que sofre
E agora que a angústia
está presa em complexos
desumanos e opressores
silencia mais uma alma
e viver já não importa
O grito escondido
fere a dignidade
pois a voz calada
rompe as veias da emoção