Setembro amarelo
Somente quem sente sabe
Sabe como é triste viver
Viver sentindo a dor
Dor sem compreensão,
Compreensão não é cor
Cor amarela ou outra
Outra vida bastaria
Bastaria um olhar,
Olhar com amor serve
Serve um abraço forte
Forte pode ser o elo
Elo de uma oração,
Oração com ação
Ação com amor
Amor para ficar
Ficar atento aos passos,
Passos de um suicida eu vi
Vi como dói querer morrer
Morrer sem entender a vida
Vida que tem uma cor somente.
DEPOIMENTOSomente quem sente sabe
Sabe como é triste viver
Viver sentindo a dor
Dor sem compreensão,
Compreensão não é cor
Cor amarela ou outra
Outra vida bastaria
Bastaria um olhar,
Olhar com amor serve
Serve um abraço forte
Forte pode ser o elo
Elo de uma oração,
Oração com ação
Ação com amor
Amor para ficar
Ficar atento aos passos,
Passos de um suicida eu vi
Vi como dói querer morrer
Morrer sem entender a vida
Vida que tem uma cor somente.
Sinto vergonha de falar desse assunto, mas em junho de 2010, por voltas das 22hs eu tentei ir embora num suicídio. Fui socorrida porque eu não sentindo os efeitos dos medicamentos que tomei, levantei para tomar mais e meu esposo e sobrinha viu minha anormalidade ao andar.
Não me lembro de nada depois que cheguei ao hospital.
Quando acordei e fui transferida para outra unidade do hospital, já madrugada, eu ainda estava confusa dentro de uma ambulância e pensei em como eu poderia sair dali e sumir. O sono pesado me fez dormir por dias, eu não alimentava, não reagia.
Tenho certeza que nada começou por acaso, foram anos de silencio, eu tentei ser forte.
Naquele dia eu achei que conseguiria sair desta vida, simples assim. Uma determinação tão forte me possuiu e eu fiz o que sempre pensei nas horas de dor, quando eu fui forte e disse não. Mas o dia chegou...
Hoje não consigo me arrepender do que fiz, porque os problemas continuam os mesmos. Mas tenho vergonha dos parentes e amigos.
Sinto que perdi a credibilidade, sinto olhares me vigiando, sinto medo de fracassar de novo.
Procuro e vou tocando a vida com orações, não sou do mal e não quero perder minha alma para as trevas. Mas sou humana, cheia de decepções.
Faço uso de antidepressivo. Faz tempo que não vou a um psicólogo ou psiquiatra. Aquele tempo pago e controlado por um relógio me irrita.
Vendo o acumulo de publicações sobre o setembro amarelo, sei que a maioria é sós atuações, uma lavagem cerebral da mídia, que a maioria segue sem compromisso, por achar bonito compartilhar.
Sei do que estou falando.
Um dia eu passei uma mensagem para uma amiga, bem próxima a minha casa e perguntei se eu poderia ir até a casa dela. Ela respondeu com uma pergunta assim: “Para que?”. Eu desisti na hora de ir falar com ela, pois ela sabe da minha historia, não deveria nem pensar para me responder: “Venha”.
Tentei um dia por varias vezes ligar para estes números de SOS e ninguém me atendeu.
Como eu penso as pessoas não importam muito, apenas compartilham conta comigo por achar bacana participar de uma campanha, (Não estou generalizando).
É tão difícil falar sobre o suicídio hoje que quase apago tudo isso. Uma sincera vergonha de ter sido tão fraca. E tenho muito medo de ser novamente fraca.
A poesia me ajuda muito, desde sempre. Sempre gostei de escrever, tenho muitos textos não publicados, que eu escrevi na minha adolescência, muitos desabafos.
A minha poesia é viva. Consigo desabafar como que por enigmas, sem me expor, mas podem acreditar, se alguém conseguir entender meus versos saberá de toda minha vida. (risos).
Sou uma mulher aparentemente calma, dada a ajudar as pessoas, bem consciente.
Acho o mundo (natureza) lindo. Mas eu não voltaria a viver se existisse reencarnação e eu pudesse escolher parar por aqui.
Acredito em Deus e a bíblia é minha regra de fé e conduta, por isso me envergonho do que fiz.
Por hoje é só.
Compartilhe o setembro amarelo.
Mas se puder, seja o ouvinte, o companheiro, o amigo que ora e ajuda.
A depressão não escolhe mês. Esteja presente o ano todo.
Se você precisa de ajuda, busca quem realmente possa ajudar.