EM CADA ESTIRÃO CRESCENDO
As várias zonas de conforto...
Nada mais agradável,
Vezes também entediante,
É como um seguro porto
A tal zona de conforto.
Tende a ser relaxante,
Mas de sucesso improvável.
Temos que a pedra mover
Pra que ela não crie limo,
Que o nada não sirva de arrimo
E o sucesso promover.
Vamos remover o mofo.
Desde que mundo é mundo,
Todos podem comprovar
O Lavoisier dizia,
No mundo nada se cria,
Muito fácil de provar,
Mesmo indo a raso ou a fundo.
De meras pontuais sementes,
Um quase nada, pois, pois,
Juntos se tornam depois
Em seres, capazes entes.
Dentre estados confortáveis,
Transmutando-se entre fases,
Perante ataques vorazes,
Em meioses perpetuáveis.
Transformações em pernoites.
Fui dormir, um bebezinho,
Acordei, era um menino,
Estiquei, cresci saudável,
Factual inefável.
De criança inda franzino,
Agora já um rapazinho.
Desenvolve em estirões
Em processual noturno,
Cada fase por seu turno,
Pelos órgãos e funções.
A vida assim se processa.
Em cada estirão sofrido,
É certo que estou crescendo,
Corpo em acomodação,
Dores ou mesmo inchação
São normais, vão elastecendo
Membros, órgãos estendidos.
O que passou, não mais volta;
É pra frente que se anda.
Se estanca, o mais desanda
Inútil reviravolta.
A vida assim se processa:
Sucessivos estirões.