Panoramas, panorimas e panorumos recantianos

A página de rosto - a capa - deste nosso Recanto é de um dinamismo atroz, e tudo graças à confraria, que não para de produzir o seu cascatear de composições.

À extrema esquerda de quem tecla temos, sempre atualizado, o quadro de gêneros literários com as suas respectivas contagens. E a Poesia domina amplamente. Tem algo como quatro vezes mais textos do que o seu mais próximo competidor, que é a categoria Pensamento. Pois é, pensa-se muito por aqui e imagino que se não tivesse optado pela cicuta, o grande Sócrates poderia ainda estar tomando o chá acadêmico conosco. E dando mais força e forma ainda a essa surpreendente categoria.

Mas hoje quero falar da Trova, cujo conjunto recantiano já passou de noventa mil unidades. É um gênero a que me afeiçoei de forma particular. Uns a enquadram na Poesia, como prima menos aquinhoada de dotes e arte, outros a repelem por achá-la obra de certa preguiça mental, e artificiosa, feita mais para aumentar a produção literária do trovista. Ou trovador?

E com efeito a trova - ou quadrinha, eu não vejo muito objetivo em as distinguir aqui. Ou me falta mesmo esse conhecimento... mas a verdade é que a trova é olhada com certo desdém pelo Soneto, que requer um rigor de forma e um lavor mais refinado e paciente.

Dos quase 25 mil textos de minha lavra, aqui publicados, mais da metade é formada por Trovas e não poucas delas trouxeram-me alguma forma de aborrecimento, e frequentemente, pelos títulos meus, que soam por vezes - quase todas elas - capciosos, dúbios, quando não crus, vulgares. Mas o estilo não muda apesar do reproche, ou da simples ignorância.

E dão poucas leituras as ditas e bemmalditas trova. Inda há pouco eu observava num quadro cem mais lidas - a longo de uma semana - e o número máximo de leituras que logrei chegava a 24, após uns 5 dias de exposição.

E temos bons, inspirados e competentes trovistas neste site. E pelas minhas observações - apenas - ocasionais, vejo que a confreira Jeane Diogo, assim como - só pra citar uns poucos - Marne Pimentel, Silmar, Wramos e um dos Jacós, pelo menos, são trovistas de truz, e se comprazem em cultivar esse hábito.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 01/04/2019
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