Artifício Mental
Ele sempre vinha com as suas! Jesus! Era tanta gente! Alguns sabia sempre presentes... Outros... Nem tanto!
O fato era que este menino ou se apoiava nos amigos inventados ou de fato era assim.
Eu considerava aquilo tudo apenas na mente dele. Mas de fato o seria?
Ítalo Anderson era assim, um menino travesso de uma rara sensibilidade e atenção, ao mesmo tempo que alheio ao mundo que o rodeava.
Eu, quando me via à volta com suas brincadeiras, ou quando o chamava, volta e meia dizia estar com a Cade, a Lute... E lá vinha uma infinidade de nomes. A Cade era sua preferida. A Lute a segunda preferida. E depois os outros, muitos outros.
Não tinha problema algum nisto. Eram os amigos invisíveis, muito comum às crianças. A explicação era clara! Pronto! Simples assim!
Mas aquele negócio era tão bem elaborado. A Cade era sempre a Cade. A Lute era sempre a Lute. E os outros, sempre os outros. Não se misturavam. As histórias claras e presentes na mente daquela criança. Eu ficava admirada.
Interessante era que, vez por outra, tanto a Cade, quanto a Lute, faziam algumas peripécias. O garoto logo falava não ter sido ele, pois que eu brigara.
- Ora, mamãe! Foi a Lute!
- Não fui eu, mamãe! Foi a Cade!
E eu, não queria afundar aquele mundinho, ia administrando.
A Lute e a Cade, psicólogos à parte, já e preocupavam.
Nossa! Era demais! Não sabia como agir.
O menina ficava ali horas, e falava, e comentava, e ouvia, e mostrava coisas... As amigas eram bem pacientes e ficavam muito tempo com ele.
Eu observava...
Depois... Muito tempo depois... Hoje!
E hoje, quando vi o tema do exercício poético que participo foi INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL logo me veio a mente logo o quê?
Nada menos, nada mais que Lute, Cade e Ítalo Anderson.
Não é interessante que Ítalo Anderson e Inteligência Artificial sejam todos IA? Não é um belo artifício mental destes inteligentes, tantos crianças quanto máquinas, usem e abusem de nós, reles seres mortais?
Os adultos são marionetes. Os IA formam uma raça superior.
E nós? Hum! Vamos para um lado e outro, seguindo com querem que façamos.
Um dia vi perfeitamente a figura que me representa. Uma pessoa desnorteada segurando um machado à frente de um PC pronto para destrui-lo a belos e frenéticos golpes. Sábia atitude. Aquela que satisfaz! Pode até não ser a mais coerente, mas que satisfaz, satisfaz. É igual a dizer um belo de um nome feio. Não é o politicamente, mas, às vezes, lava a alma. Nossa! E como lava!
Bom, nomes feios à parte, que nunca devemos falar, e nem incentivar nossos filhos a fazê-lo, o que realmente quero fazer relação aqui é ao fato de que tanto as criança (O meu IA) quanto as máquinas (O IA dos outros) faz com que os adultos sejam feitos de bobos. Será?
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Este texto é um exercício de um grupo de poetas do Recanto das Letras. Conheça os textos dos outros participantes. Obrigada!
http://encantodasletras.50webs.com/inteligenciaartificial.htm