ASSASSINATO DE REPUTAÇÃO
Nasci num sítio. Sou da roça e, como se diz por lá, sou beiradeiro e, desde criança, tenho sido curioso e levado a observar tudo ao meu redor.
Uma das minhas diversões preferidas era pegar uma enxada, ir para a beira do brejo e cavar, cavar até dar n’água. Não era tarefa difícil. Bater a enxada no massapê preto e úmido até alcançar aquela camada de limo e encontrar o veio d’água. Era algo fascinante. Escavando mais um pouco a água tornava de turva a pura e cristalina. Quanto mais água se tira de um poço, tanto mais pura e agradável se tornava. Por outro lado, observava que se não mais se tirava água dali, em pouco tempo, se tornava um poço de fluidos fétidos e impraticável para beber ou qualquer uso doméstico.
Todo córrego ou rio caudaloso nasce de uma fonte pura e cristalina e, sua tendência é descer em busca do mar. Esse trajeto é que vai decidir em que tipo de manancial se tornará. Poderá ser um rio que alimente as regiões por onde passe ou uma fonte de morte e destruição. Vai depender dos afluentes que a este se conectarem. Muitas indústrias lançam efluentes tóxicos não tratados que vão aos poucos matando suas águas. Outras, tratam esses dejetos antes de efluírem para o leito dos rios, preservando assim a vida e seu meio.
Abaixo de nós, correm verdadeiros rios subterrâneos que levam mais de trezentos anos para serem formados, através dos sumidores das serras e outros tipos de terrenos. São mananciais que naturalmente se armazenam para futuramente serem explorados por nós para suprimento do líquido precioso, essencial para nossa existência. Quisera que o ser humano fosse previdente e preservasse os recursos que Deus tem disponibilizado para o bem da Natureza, o meio ambiente e consequentemente as vidas de quem ali habita. Infelizmente, de modo irracional, movidas por torpe ganância, as pessoas fazem uso indevido dos terrenos, constroem fossas sépticas, monturos de lixo e outros dejetos, cemitérios que produzem chorumes que são infiltrados e absorvidos através do solo e, lamentavelmente, contaminam os lençóis freáticos. Até quando a terra sofrerá tal ação predatória?
Nossas vidas são como fontes e rios. Uns são tributários e contribuem tanto para a vida quanto para a morte daqueles que deles se utilizem. Que tipo de ser temos nos transformados? Somos tributários do bem ou do mal?
Ultimamente temos visto em grande escala a propagação de notícias falsas. São as famigeradas “fake news”. Não consigo entender como alguém seja capaz de produzir esse tipo de comunicação fraudulenta que visa unicamente desinformar a população e pôr em descrédito tudo o mais que vier a circular pelos meios de comunicação. Tenho sido muito seletivo quanto as fontes que hoje correm através das diversas mídias hoje disponíveis, quer seja por meios eletrônicos, quer por vias convencionais. Encontramos pequenas ilhas isoladas nesse vasto oceano da comunicação. Somos obrigados a crer desconfiando e isso é até bom. Leva-nos a ter senso crítico aguçado e ampliar nossa cognição e processamento do conhecimento.
Infelizmente encontramos grande leva de predadores e incapazes funcionais que perderam a capacidade de discernir por si e se deixam conduzir por mentes perniciosas que só distorcem os fato em benefícios do seus próprios umbigos. São o grupo dos perdedores. Necessitam visceralmente de destruir e diminuir o oponente para que suas trevas possam inutilmente brilhar em pleno sol do meio-dia. É o maldito e criminoso assassinato de reputação. Como os lençóis freáticos, os minadouros e os rios, levamos anos e anos construindo nosso caráter, honra, reputação. Infelizmente, os propagadores de “fake news” destroem esse precioso patrimônio e com trabalho, suor e lágrimas temos amealhado ao longo de nossa existência na velocidade da luz.
Sem pejo nem dó e piedade, se apegam da vida alheia, tecem e torcem as mais mirabolantes falsas notas, dossiês duvidosos e lançam seus dejetos aos ventos a serviço do mal e, em poucos minutos, disseminam pelas redes sociais sem a menor constrangimento e fingem que fazem uma boa ação e viraliza como rastro de pólvora. Lamentavelmente há os que acreditam, gostas dessas fofocas refinadas e até as replicam em seus grupos sociais.
Precisamos evitar que esse tipo de notícias se espalhem, pelo menos através de nós. Se não houver consumo para esse tipo de mídia, fatalmente as fontes serão entulhadas e secarão. Ignorem esses propagadores de difamações e os denunciemos às autoridades competentes. Não podemos ser coniventes com esses criminosos.
Que Deus possa nos abençoar com ricas bênçãos celestiais e nos proporcione melhores dias para nós e futuras gerações!
Juntos, podemos construir o País que sonhamos.