De cabeça para baixo
Quando nos beijamos pela primeira vez,
o céu estava no chão,
ao nosso redor,
e eu puxei seu corpo mais para junto do meu,
enquanto minha língua explorava sua boca
Acho que nenhum de nós dois esperava por aquilo,
mas alí estávamos.
Separamos os nossos rostos e ela riu, e eu espalhei sabão em pó sobre sua perna, fazendo que pequenos pontos azuis brilhassem, sobre a luz negra que eu havia instalado na minha sala.
E naquele momento parecia que estávamos realmente sentados sobre o céu, e o mundo de pés á cabeça.
Continuamos a nos beijar e aos poucos nos despimos, como se não houvesse pressa... e realmente não havia.
Logo eu estava deitado sobre ela, e suas unhas corriam pelas minhas costas preguiçosamente.
Ainda restava um latente gosto de vinho nos lábios dela, do tanto que havíamos bebido desde que a noite começara.
Desci a minha mão por suas pernas e percebi que ela estava quase seca.
Ela me olhou nos olhos e disse.
- Eu sou assim mesmo. - Como se já soubesse o que eu iria perguntar.
Desci então pelo seu corpo e explorei com minha boca
cada volta de seus grandes e pequenos lábios.
em pouco tempo percebi que já não havia mais tanta falta de umidade.
Alguns gemidos contidos quebraram o silêncio da sala e ela soltou o ar de seus pulmões e deu um sorriso
- Não é normal que acertem da primeira vez... Mas você acertou.
- Que bom que foi assim - Respondi, com um laconismo que não me era comum.
Ela me puxou e me guiou para dentro de si e me prendeu com as pernas firmemente.
Dessa vez os gemidos não foram tão contidos quanto antes,
e depois de algum tempo estávamos os dois, largados no chão,
com as pernas entrelaçadas e os olhos fixos no teto.
Ela não disse mais nada e adormecemos
com nossos mundos de cabeça para baixo
e o céu sob nossas costas.