UMA NOITE DE HORROR

UMA NOITE DE HORROR

Hoje, quero lhes falar

De um velho ventilador

Que há muito estava sem uso.

Muito feio, ai que horror!

Pé de pato, cabeção...

Além do mais, falador.

Fecho o ar condicionado.

O frio, dor só me traz

E lancei mão do aparelho

Mas que não estava capaz.

Com a zoada que ele fez,

Tive uma noite sem paz.

Começou tal helicóptero:

Teco, teco, teco, teco...

Apressou, logo, em seguida:

Teco, teco, teco, teco, teco, teco, teco...

Depois muda pra brum, brummmmm...

Checo, checo, checo, checo, checo, checo ...

Parou e continuou:

Pã, pã, pã, pã, pã, pã, pã, pã...

Brum, brum, brum, brum, brum, brummm, brummm...

Pãra, pãra, pãra, pãra, pãra, pãra, pãra...

Pira, pira, pira, pira, pira, pira, pira...

Prampa, prampa, prampa, prampa...

A vontade que me deu

Foi de jogar água benta.

Àquelas horas da noite,

A gente não aguenta...

Não fiz, mas ele parou.

Que fumaça fedorenta!!!

Corri logo e desliguei.

Calor estava fazendo.

Preferi ficar assim

Do que de pavor, morrendo.

Pé de pato, cabeção,

Ô bicho feio! Que horrendo!

As batidas irritantes

Sofri-as como na pele,

Deixando-me impaciente.

Tamanho incômodo aquele,

Minha cabeça deixou

Muito maior que a dele!

Então, hoje, bem cedinho

Me benzi, tive coragem.

Peguei aquele monstrinho,

Pra parar com a vadiagem,

Mandei pôr lá na calçada.

Foi servir pra reciclagem.

*

Maria de Jesus Araújo Carvalho

Fortaleza, 14/11/2018

Maria de Jesus
Enviado por Maria de Jesus em 14/11/2018
Reeditado em 16/11/2018
Código do texto: T6502922
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