VIDA COR-DE-ROSA
VIDA COR-DE-ROSA
O dia está terminando...
Nesta tarde preguiçosa,
Lembranças me vêm à mente
De uma fase mui gostosa
Da minha infância querida,
De uma vida cor-de-rosa.
Era tudo tão bonito
Nas belas tardes fagueiras!
No terreiro lá de casa,
Inocentes brincadeiras.
Minha Mãe me vigiava
Junto à porta, na soleira.
Éramos todas meninas.
Meninos não tinham vez.
Jogávamos “barra a bola”
“Rabo de saia”, “xadrez”.
Brincávamos de cirandas,
Histórias de “Era uma vez”...
Nos períodos invernosos
Havia mais divertimentos.
Tomar uns banhos de chuva
Sob jacarés vertendo.
São coisas inesquecíveis
Que curti nesses momentos.
No terreiro lá de casa,
Três bojos enfileirados
Pra jogar bolas de gude,
Eram, então, discriminados:
Só homens podiam jogar...
Os preconceitos formados.
Só Ela, ainda está ali...
Sentada em sua cadeira.
Parece que a estou vendo!
Tranquila, doce, caseira...
Cumprindo o papel de Mãe
Boa, fiel, verdadeira!
*
Maria de Jesus Araújo Carvalho
Fortaleza, 09/11/2018