É SUAVE A TARDE
É SUAVE A TARDE.
Nas tardes fagueiras
Dos meus tempos idos,
Cantava, feliz,
Braços estendidos
À brisa macia
Dos campos floridos.
Tudo era ternura,
Tudo era paixão...
A vida sorria
No meu coração.
Que doce magia...
Suave emoção.
O vento soprava
As palmas viçosas
De esbeltos coqueiros,
Com essência de rosas...
E as auras da tarde
Surgiam formosas.
Ao cair da tarde...
Um gesto de Amor
Tão puro e divino,
Excelso louvor,
Um canto de glória
A Deus Criador!
Num berço de nuvens,
O Sol mergulhava...
E a melancolia
Minha alma banhava.
A sombra noturna
À terra, baixava.
Relembrando, agora
A tarde florida,
Bateu a saudade
Da fase querida,
Tão linda e distante
Que tive na vida!
*
Maria de Jesus Araújo Carvalho
Fortaleza, 29/09/2018