AFETOS E DESAFETOS – SENTIMENTOS DE S.
Continuando com o relato dentro do grupo Afetos e Desafetos, do whatsapp, irei transcrever o relato de S. sobre a situação que vive o nosso protagonista masculino dentro do grupo essencialmente feminino, de mulheres que sofreram muito e ainda continuam sofrendo devido o comportamento inesperado de seus companheiros...
            S. – Hoje em dia, de uma forma atual, como eu me expliquei antes, prá mim alguém tem que somar na minha vida. Se tiver perfil ciumento, se tiver perfil de querer escolher minhas roupas, se tiver perfil... esses perfis já não quero, perfis problemáticos, porque não vai mudar e vai terminar nisso aí, entendeu? São pessoas já desequilibradas e eu não quero para minha vida, pois acaba interferindo na minha maneira. Eu luto para manter minha paz e tranquilidade. Então é assim, é mais ou menos isso que quero dizer. Porque, você ver, não sei nem qual é o capítulo ou o versículo, mas tem uma parte na Bíblia que diz: “o amor é paciente, o amor tudo suporta...”, o amor tem que ser leve, tem que trazer felicidade. Eu nunca vi na face da Terra o amor trazer perturbação, trazer dor de cabeça, trazer estresse, trazer você ficar desesperado. Eu acho que na própria Bíblia diz que isso não é amor não. Isso só pode ser um transtorno, uma obsessão, ou alguma fantasia, entendeu? Então eu acho que o amor é muito mais que isso.
            S. – Boa tarde. Eu quis colocar... que eu não sou médica, quem deve colocar é o doutor... mas assim, no meu caso, eu vou tirar por mim. Claro, cada caso é um caso, mas na minha concepção eu acredito que seja. Por que? Pelo fato de eu ter vivenciado também isso. Eu convivi durante um ano com um estelionatário do meu lado, travestido de bom moço... e assim... você, nem minha família, nem as pessoas que estavam à minha volta sabiam quem ele era, e nem ele demonstrava isso. Então, pra você ter uma noção de como isso se transformou numa doença para mim, eu simplesmente criei um transtorno obsessivo compulsivo, porque ele era extremamente ciumento, então isso fez com que eu não pudesse conviver, dificultou tanto o meu trabalho com Assistente Social, eu não atendia nenhum usuário do sexo masculino, não convivia com ninguém do sexo masculino perto de mim. A pressão era tão grande que isso gerou uma doença, gerou um transtorno que eu não podia conviver com nenhum tipo de homem, que eu achava que podia trair ele. Eu não tinha confiança em mim mesma. Então assim, comparando ao seu caso, eu achava que isso era um amor, uma paixão, eu gostava muito dele. Pelo fato desse homem ter ciúme do próprio pai dele, do meu cunhado, pois baixei no hospital nesse dia. Não trouxe nenhum benefício para mim. Nenhum benefício ele trazia. Era ciumento, me roubou dinheiro, roubou minha família, roubou os amigos pois eu não podia ter convívio com ninguém... Então, simplesmente ele não dizia assim: você não vai sair com seus amigos... ele fazia as coisas indiretamente. Como é que ele dizia? Você vai ter que ficar comigo, pois seus amigos não têm nada para lhe dar. Só para tentar deixar uma luz pra você, que possa ser que essa pessoa que você esteja convivendo, esteja lhe afligindo indiretamente e você não percebe isso, pois eu vim perceber que esse homem me fazia mal, não foi do dia para a noite não. Eu fiquei um ano de tratamento com psiquiatra, com psicólogo, o doutor que me acompanhou, está aí a prova, e também com a equipe médica eu fiquei debilitada, eu fiquei com 45 quilos, eu tenho um 1,55 metros, eu cheguei à beira da morte, e eu dizia chorando, me debatendo no chão, que eu queria o homem, porque ele me fazia feliz, eu não via isso, eu não via nada. Eu não via que ele era um estelionatário, que ele era um louco, eu não via que ele era uma pessoa desequilibrada... isso eu não via! Eu me debatia no chão dizendo que queria voltar para esse relacionamento. Então, é uma doença? É uma doença! Era uma dependência de estar com ele, senão eu ia morrer, quis me suicidar, pensei várias vezes em me matar pois eu não tinha ele... então, era uma doença? Era! Pois um homem fazendo mal a você, como era o meu caso, eu não me sentia bem, eu gerei uma doença que até hoje tenho, que é púrpura, que se eu tiver uma raiva muito grande sai os hematomas em mim... fui à dermatologista e foi dito que era uma doença. Felizmente seu alto nível de estresse fez com que você adquirisse isso. E não tem o que fazer, vai ser até o fim da sua vida, controlar o estresse para não ter. Então assim, era uma doença no meu caso? Era! Nem foi amor, nem foi paixão. Foi uma doença. Inclusive todo amor que eu dizia ter, transformou-se em ódio. Hoje em dia eu trato e peço a Deus tirar esse ódio que tenho dele. Porque eu quero ver qualquer pessoa na minha frente, menos ele. Agora, faz mal? Faz! Eu peço a Deus, e junto com a psicóloga faço um tratamento para tirar esse ódio de dentro de mim. Mas, o que acontece? É isso que estou tentando colocar para você. Faça uma reflexão, que muitas vezes a gente está envolvido, está apaixonado, está nessa aflição toda, mas às vezes é o outro também que age indiretamente como uma dependência para que a gente se sinta dependente dele. Não é nem amor, não é paixão, as vezes é ganância, eu não sei que tipo de personalidade tem essa sua companheira aí, mas as vezes é esse caminho, entendeu? Por isso que digo assim.