Rio que corre manso
Posso sentir a brisa salgada
Tocando teu rosto frio
Nariz gelado sob o sol morno;
Faz nascer no azul do dia
Tua poesia.
Quero te engolir por inteira
Degustar seus sabores
Me lambuzar do teu amor;
Posso ser rio que corre manso
Dentro do teu peito
Nosso leito úmido me chama
E tua voz rouca serena que preenche meus dias,
Tens a profundidade de todo mar
Que lambe suave toda areia.
Me encantas assim,
Com teu canto de sereia
Com essa sua verdade que é só sua
E de mais ninguém
Mas eu,
Hoje sou tua. Me entrego,me dou
Me jogo nesse mar por inteira
Mergulho e respiro por de baixo d'água
Como pássaro que aprende a nadar.
Como a sede do peixe,
Tenho sede de tu, nena
E engolindo a seco a pouca saliva que me resta
Vou de encontro às tuas águas.