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Ela revela e é revelada. Ela retrata e é retratada. Ela é arte. Ela é a menina vietnamita correndo nua, chorando os horrores da guerra, ela é a queda do muro de Berlim, a natureza, o por do sol, o casal que se beija sob a luz do luar, ela é um reflexo de um ponto de vista que não é possível ser visto mais. Em tempos antigos ela era mais espontânea, hoje ela é facilmente manipulada, mutilada, duplicada, "beautificada", descartada, apreciada. Suas cores monocromáticas colorem o céu azul que existe por trás da minha retina opaca, que por sua vez enxerga o arco-íris através da lente que captura o que não existe mais durante a fração de segundo que meu cérebro leva pra decodificar aquela descrição sob minha perspectiva limitada. Ela fica presa no tempo. No momento em que ela passa a existir, o que ela descreve já não existe mais, é passado, uma lembrança nostálgica daquele sorriso da alma, daquele cheiro estampado, daquele sentimento multifacetado, daquele anacronismo incongruente. Cheese! :)

Giuliano Coutinho
Enviado por Giuliano Coutinho em 13/08/2018
Reeditado em 13/08/2018
Código do texto: T6418393
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