ÁRVORE DE MIM (Série Poema no Poema) ROBERTA LESSA
Raízes entrelaçam-se sem nunca nem jamais consumirem-se.
Seja eu o caminho para suas pernas seguirem e permitirem distancias.
Seivas consomem-se sem nunca nem jamais tocarem-se.
Seja eu o alimento para suas bocas consumirem e saciarem instancias.
Galhos tocam-se sem nunca nem jamais romperem-se.
Seja eu o vento para seus braços abrirem e amenizarem pendências.
Folhas rompem-se sem nunca nem jamais mirarem-se.
Seja eu o desejo para seus dedos tocarem e migrarem em essências.
Frutos miram-se sem nunca nem jamais saborearem-se.
Seja eu o lampejo para seus olhos ampliarem e orarem em eloquências.
Brotos saboreiam-se sem nunca nem jamais deliciarem-se.
Seja eu o rebento para seus ouvidos olvidarem e unirem em valências.
Sementes deliciam-se sem nunca nem jamais entrelaçarem-se.
Seja eu o útero para seus sonhos ampliarem e partirem em potências.
Dedico ao poeta Marcel Ducatti Colpas
Imagem : Internet