Arte e vida
Meu violão em mau estado,
estava num canto guardado,
seu som já meio arranhado,
gemia de tristeza e de dor.
Levaste-o então moribundo,
sumiste com ele no mundo,
à saudade acorrentado,
hesitei em perguntar-te o que fez?
Lembrei-me dos tempos de outrora
quando eu tocava e cantava,
dos meus arpejos sonoros,
fechava os olhos, sonhava!
Eia pois retornaste,
empunhando em mãos meu violão.
Que maravilha, que ventura!
A ele ressuscitastes!
Fizeste uma obra de arte,
de mestre na habilidade,
à minha espera pôs fim,
desperta em novidade!
Embora agora só cante,
voltou o pródigo à casa,
outras mãos o dedilharam...
mesma paz, mesma alegria, mesma sonoridade!