À SOMBRA DA PITOMBEIRA

À SOMBRA DA PITOMBEIRA

Lá na casa onde nasci

Plantaram uma pitombeira

Bem no meio do quintal,

Que fazia sombra inteira.

Eu ali, cada manhã,

Inventava u’a brincadeira.

Levava os meus brinquedinhos

E me sentia tão bem!

Redinhas para as bonecas

E panelinhas também.

Brincava a manhã inteira

Sozinha, sem mais ninguém.

Depois, minha mãe comprou

Um macaquinho Soin.

Ele, nos galhos, subia...

Haja careta pra mim!

Eu, pra ele devolvia.

Era todo tempo assim.

E o estrago que fazia

Nas pitombas que pegava?

Os cachinhos que caíam

Bem depressa, eu os apanhava.

Era mesmo um safadinho...

Um amiguinho que eu ganhava.

Eu nasci numa casinha

Por trás da Igreja Matriz,

Na querida Massapê,

Tive ali, tudo o que eu quis.

Como é lembrada essa fase

Em que vivi tão feliz!

Segunda, de cinco irmãos,

Cedo, dois viraram anjinhos.

E todos nascemos lá,

Morei lindos seis aninhos.

Porém, jamais esqueci

De tanto amor e carinho!

*

Fortaleza, 31/07/2018.

Maria de Jesus Araújo Carvalho.

Maria de Jesus
Enviado por Maria de Jesus em 31/07/2018
Reeditado em 12/08/2018
Código do texto: T6405530
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