QUANDO (Série Poema o Poema) ROBERTA LESSA

QUANDO A HORA?
Estamos tão previsíveis que sequer arriscamos novos lances.
HORA É VITÓRIA.

QUANDO A MORA?
Estamos tão dúcteis que sequer sonhamos novos romances.
MORA É TRAJETÓRIA.

QUANDO A DEMORA?
Estamos tão factíveis que sequer alçamos novos horizontes.
DEMORA É ESTÓRIA.

QUANDO A SENHORA?
Estamos tão fáceis que sequer jogamos novos ápices.
SENHORA E HISTÓRIA.

QUANDO A DIÁSPORA?
Estamos tão répteis que sequer notamos novos fasces.
DIÁSPORA É VEXATÓRIA.

QUANDO A PENHORA?
Estamos tão fúteis que sequer modificamos novos vértices.
PENHORA É TRANSITÓRIA.

QUANDO A FLORA?
Estamos tão toleráveis que sequer medramos novos córtices.
FLORA É NOTÓRIA.
Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 08/04/2018
Código do texto: T6302753
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