EMBARCAÇÕES (Série Poema No Poema) ROBERTA LESSA

SOUBE DAS MARÉS QUE HÁ EM MIM
Sem máculas não há náus que vaguem por entre mares e marés.
NESTES MARES INTERIORES NADA SOU

SOUBE DAS MÁGOAS QUE HÁ EM MIM
Sem marés não há embarcações que viagem por entre nódoas e mágoas.
NESTAS NÓDOAS SUPERIORES NADA ESTOU

SOUBE DAS MARGENS QUE HÁ EM MIM
Sem mágoas não há navios que pequem por entre nuvens e margens.
NESTAS NUVENS ULTERIORES NADA VOU

SOUBE DAS MARCAS QUE HÁ EM MIM
Sem margens não há barcos que foquem por entre barcas e marcas.
NESTAS BARCAS INFERIORES NADA QUEDOU

SOUBE DAS MANCHAS QUE HÁ EM MIM
Sem marcas não há iates que flutuem por entre lanchas e manchas.
NESTAS LANCHAS ANTERIORES NADA FINDOU

SOUBE DOS MAPAS QUE HÁ EM MIM
Sem manchas não há jangadas que migrem por entre capas e mapas.
NESTAS CAPAS EXTERIORES NADA PETRIFICOU

SOUBE DAS MÁCULAS QUE HÁ EM MIM
Sem mapas não há canoas que dancem por entre fábulas e máculas.
NESTAS FÁBULAS MAIORES NADA TERMINOU

(*) - Em diálogo com a poesia "Canoa", deautoria de Maisa Silva. Acesso em:

https://www.recantodasletras.com.br/quadras/6241755

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Interessante interação de Jacó Filho, competência à toda prova:

" Mergulhei meu espírito,
Voando entre as galáxias.
Vi-me um cosmos explícito,
Cópia de Deus, estática..."
Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 06/02/2018
Reeditado em 07/02/2018
Código do texto: T6246501
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