Poa/Art - Interpretação - Imagem
Irreverente
  
Eu sou uma “irreverente”.
Mas; também sou gente,
Posso tudo e algo mais,
Se ajoelhar tem que rezar.
 
Sou velha, caduca, sem vergonha
Também santa, douta e medonha,
Sei de tudo e um pouco de nada,
Piloto tanque e o fogão de casa.
 
Brigo, amo e faço feitiços,
Não passo minhas vontades,
Tenho as minhas fantasias,
Estou repleta de ousadias.
 
Alemão, japonês ou negrão,
Seja grã-fino ou sem tostão,
Importante é a arma na mão,
Não faço nenhuma distinção.
 
Faço versos, prosas e rimas,
Já conheci o jardim do Édem,
Viajo, tenho minha carisma
Também passei no Enem.
 
Quem falou que é tarde?
Ainda em plena flor da idade,
Agora me chamarão doutora,
Nobre senhora encantadora.
 
De mocinha, cheia de gracinha,
Com chiclete azul na língua,
Inflando um grande bolão,
Para grudar na sua boca,

Seu velho babão!

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Maurício de Oliveira
Enviado por Maurício de Oliveira em 23/01/2018
Reeditado em 23/01/2018
Código do texto: T6234096
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