Na mesma
Talvez um dia eu pare na sua frente e te peça
um pouco de sinceridade.
E talvez eu seja rude nesse momento,
como quando eu estou perto de perder a razão.
"o que é esse amor, que você arrota por aí, mas que eu nunca sinto?" - eu vou insistir,
tentando não me perder no vazio dos teus olhos.
E talvez eu até grite
e peça que você me abrace
me morda,
me beije, me chupe...
me faça sentir algo,
nem que seja a dor dos seus dentes
raspando por onde eles não deviam tocar.
Mas no fundo eu sei,
você só entrelaçaria os dedos das mãos
e me olharia como se a culpa fosse toda minha.
E eu sairia dalí,
me sentindo violentado
atropelado pelo seu silêncio.
Um dia ainda vou acordar pra a realidade
e aceitar
que só estive perdendo tempo
por esperar algo verdadeiro
de quem não tinha nada pra dar.