Encantosia #031: O BARDO, A MUSA, A POESIA
Poesia é latente, pré-existente...
Começa simplesmente do nada,
de uma química chamada lirismo,
de um toque, um quê de quimismo,
de íntima alquimia imanada,
do coração, de alma dedicada,
pura, repleta de otimismo.
Letras, seu átomo proficiente...
Brota do limbo da inexistência,
com límbica formatação,
urdida no útero-coração
tecido em nítida resistência.
São poemas em gestação...
Aos poucos, nas trevas, a luz
aquecendo as ideias em entalpia,
iluminando o caos da entropia,
por intermédio, um pensamento reluz.
Às claras, o poeta então seduz
a musa, e então se rende à poesia.
Assim, o espinho precede a rosa.
Como um jardim sem jardineiro,
Uma roseira sem rosa,
um nada de corpo inteiro,
Vida sem poesia ou prosa.
Eternos, em lírica simbiose,
o bardo, a musa, a poesia.
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Em interação com o Poeta Fábio Ribeiro.