Encantosia #023: EM COMUM, VIDA VIVIDA

Assim caminho na idade…

Às vezes me sinto como se tivesse morrido,

como se não mais aqui estivesse;

como se fosse transparente, missivo na multidão;

como se nada fosse… Como se não existisse.

Por mais que dê sinal de vida

ninguém consegue me ver

Assim vou sobrevivendo,

mesmo sem alguém me vendo,

Sei que vou sobreviver,

Tenho Deus que por mim vela,

Ele é quem cuida de mim,

Quem me aquece nesse frio,

que assola o Grande Rio,

e o coração do homem, enfim.

que por cima me nivela.

Se passo frio, passo fome

ou sede… Quem mais se importa?

Se ouso ou lhe bato à porta,

Por medo que lhe consome,

Se o pobre passa fome,

quem se importa? Bate a porta.

Se vivem acastelados,

satisfeitos, agasalhados,

Dizem: _ “Os desabrigados

“Que se virem, flagelados!

“Essa conta não é minha!

“Antes de eu nascer, já tinha!

“É culpa da sociedade…

“É mentira ou é verdade?”

“A causa dos retirantes

“vagando pela cidade,

“vida que não é vivida.

“jamais por fatalidade.

“É culpa dos governantes,

“não, por casualidade.

“Preciso viver minha vida!” _

Sem nos sobrecarregarmos,

mas, um pouco, cabe a nós,

vivendo em comunidade,

um ao outro ajudarmos.

Saibamos, não estamos sós.

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 13/07/2017
Reeditado em 14/07/2017
Código do texto: T6053351
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.