MAU DITOS ÍNDIOS (Série Folclórica Memória)ROBERTA LESSA/ STELO QUEIROGA


Jean Baptiste Debret – Soldados e índios
250 ANOS DE COMEMORAÇÃO CIVILIZADA
Aqui estiveram os tais Caiapós e Paiaguás. E o que sabemos dessas etnias indígena que viveram em harmonia com a terra que deram o nome de Piracicaba?
E O CARA PÁLIDA TUDO DISSEMINOU
 
250 ANOS DE INEXISTÊNCIA CIVILIZADA
Havia aqui também um rio de caudalosas águas. E o que sabemos de sua sacralidade e importância vital para os viventes que o cultuavam como seu Sagrado?
E O PEIXE LÁ NÃO MAIS PAROU
 
250 ANOS DE MEMÓRIA DEVASTADA
Os tantos que lutaram foram assassinados pelas mãos dos então povoadores cujos filhos descendem dessa vertente sangrenta. Percebemos o real pecado cometido contra a  carne da terra?
E A PIRACEMA CESSOU
250 ANOS DE VITÓRIA INDEVIDA
Sorvemos frutos nunca por nós semeados e invadimos  de lucros próprio as colinas dessa noiva sem véu.  Quem é o noivo da Noiva da Colina?
SILÊNCIO NA MATA QUE CHOROU
250 ANOS DE CULTURA ANIQUILADA
Tudo era Sagrado e como tal era tratado pelos chamados silvícolas. Quanto devemos a essa etnia que aqui viveu e que foram mortos ou expulsos de seus lares, de seu rio, de sua terra?
E O FILHO DA TERRA MIGROU
 
250 ANOS DE MATA DEVASTADA
Hoje percebemos, pela forma que tratamos os índios o quanto somos incivilizado. Haverá tempo para realmente retomamos essa questão e dignificar esse povo?
O FILHO DA TERRA JAMAIS RETORNOU
 
250 ANOS DE VIDA RESUMIDA
Em agosto deste ano de 2017, o município de Piracicaba comemora duzentos e cinquenta anos de povoamento, isto é, um quarto de século onde a população branca povoou o lugar, formando assim um povoado que tornou-se  cidade próspera.  

Por trás dessa tanta prosperidade fico rememorando os reais  povos que estiveram aqui antes dessa invasão, guerreiros, que com suas canoas de tronco de árvores muito lutaram para permanecerem em seu lar,
Sim a cidade prosperou e nos dias de hoje esqueceu daqueles que um dia foram seus filhos...
Sumiram... sumiram... sumiram...
Mas não sem antes muito lutarem, combatendo arduamente o invasor que se apropriava, nos idos de 1693, das terras que viviam em harmonia.  Eram muitos, eram tantos e mesmo resistindo foram dizimados pelo invasor que chegava para se apropriar daquilo que. segundo ele não tinha dono.Esses colonizadores e expedicionários praticaram o massacre que entre 1730 a 1800, dizimou uma etnia dominante.
Parte da cultura nativa fora incorporada, e nos dias atuais sequer nos damos conta dos termos indígenas, da culinária, da medicina natural dos festejos que foram assimilados gradualmente dos índios que aqui estiveram, resistindo, sobrevivendo e  mantendo-se vívida, muito da linguagem, usos e costumes tornaram se habituais  no dia a dia daqueles que um dia negaram o direito aos índios de estarem em seu lugar.
 
Pouco se sabe da atual localização dos primeiros habitantes de nossa região, apenas notamos reminiscências breves e sutis de sua presença no local. Temos uma dívida com essas etnias que se foram para nunca mais voltar.
Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 14/06/2017
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