Caminho - inesgotável

Estenda uma grossa lona sobre uma piscina cheia de água. Não a deixe muito esticada. Por sobre ela caminhe e tenha a sensação que aqui descrevo.

Caminhe, com os pés descalço, de um lado para outro com a consciência de que abaixo da lona não tem solo firme, senão uma pequena camada que separa a parte visível da inesgotável.

Siga...

Meu sentimento nesses últimos dias foi de estar andado, sob essa película, apalpando, o que chamei de verdade.

Em arrombo de extrema consciência me dou conta de que nada do inesgotável me é dado a conhecer.

E assim, sigo sobre essa maleável superfície titubeando.

La se vão cinquenta e tantos anos de uma vida em guerra.

Guerreando com o inesgotável.

Guerreando com as incertezas, as angustias, questionando o que vim a descobri que é nada.

Esta doendo.

Me recordo da cigarra que se esvai cantando em busca de companhia e se liberta da carapaça para crescer, pois bem, sinto a dor desse canto.

Porque falo assim, escrevo, com infindáveis figuras de linguagens?

Simples... Me encontrei ignorante, só posso apalpar as verdades com as solas dos meus pés. Estou muito acima, virtuoso guerreiro, mas arrogante.

Esse arrombo, está a me por de joelhos, deitado, rolando sobre a lona. Me esfolando com o pouco que me é dado conhecer.

Preciso mergulhar, romper esses limites essas fronteiras e me encontrar no inesgotável.

Chamem de Deus, QUE SEJA.