Sobre pontes e poetas
Poeta pula da ponte
e morre afogado
na própria mágoa.
e some
em silêncio,
ninguém vai ouvir sua voz calada
em texto.
ou as batidas no teclado do computador,
que serviam de anestésico para suas dores
e quem lia
se é que liam,
se viam sua dor,
não a sentiam
ou não davam importância,
dor de poeta é sempre subestimada,
como se fosse menos real...
como se fosse licença poética.
Poetas pulam de pontes,
de prédios
ou dentro de copos de bebida
e maços de cigarro,
poetas definham
em repartições públicas,
ou em bares
Poetas fodem
e se fodem,
amam e desamam,
Mas quando o poeta morre
deixa um pedaço de si
no papel
e nos outros
que viviam ao redor,
e todo mundo fala...
"Era uma pessoa do caralho"
Mas quando o poeta sobe na marquise
de um prédio
ou na mureta de um abismo
as pessoas dizem,
"Olha lá, o doido.
Fazendo cena de novo."
Poeta só faz cena mesmo,
Vive assim porque é um desajustado
de cabeça fraca.
Ah... mas puta que pariu...
que gente chata do cacete