Sobre angústias, bares e transas sensuais

Meus textos estão por ai, boiando em algum lugar da internet, além dos que eu larguei numa caixa empoeirada no armário.

E eu me pergunto porque ainda os guardo, sendo eles testamentos da própria angústia que eu quero esquecer e extirpar de mim. Talvez essa minha vontade seja apenas uma fase... porque eu sempre convivi muito bem com minhas angústias. Ainda mais quando existem as mesas de bar e a possibilidade quase infinita de encontros casuais com pessoas tão ou mais angustiadas do que eu.

Mas onde os bares as transas sensuais me trouxeram? Há. Uma boa pergunta que eu não faço questão de responder. Talvez Belchior estivesse certo quanto ao amor...

Mas os textos estão por ai e eu não sei o que os outros sentem quando os leem.

Acho que sou motivo de estranhamento para a maioria. Um estranhamento não inteiramente desagradável, acredito. Afinal, quando me dá no juízo de ler minhas coisas antigas termino sempre dando uma ou duas risadas...

da minha ingenuidade,

da exacerbação de sentimentos que não durariam mais do que alguns meses...

da loucura que eu pareço gostar de cultivar.

O que eu não sei é como lidar agora, com um sentimento que faz questão de não se dissipar,

me afogando em ansiedade e medo. Mas que também me embriaga de saudade e nostalgia.

Não dá pra entender a cabeça de um poeta. Principalmente a minha cabeça, que tento ser poeta quando devia ser apenas eu mesmo.

Mas é por isso que os meus textos estão por ai, espalhados.

Talvez alguém leia e veja minha loucura como algo familiar.

Talvez... talvez...

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 10/04/2017
Reeditado em 10/04/2017
Código do texto: T5967342
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