VISCERAL POÉTICA (Série Poema No Poema) ROBERTA LESSA/FÁBIO BRANDÃO

RESIDE EM MIM ESSA TAL POESIA?

Ouso pousar meus pensamentos senão na alma mais impura de quem busca incansavelmente deter a rima e mantê-la eternamente sem rumo.

SERÁ EU OU ELA À DESASSOSSEGAR?

RESISTE EM MIM ESSA TAL POESIA?

Pouso olhar meus sentimentos senão na alma mais dura de quem deseja conscientemente manter palavra e retê-la intensamente sem plumo.

SERÁ EU OU ELA À DESAPEGAR?

RETORNA EM MIM ESSA TAL POESIA?

Olho somar meus isolamentos senão na alma mais escura de quem nega repetidamente reter estrela e movê-la cegamente sem sumo.

SERÁ EU OU ELA À DESALINHAVAR?

RECICLA EM MIM ESSA TAL POESIA?

Somo rogar meus discernimentos senão na alma mais criatura de quem prega inutilmente mover intensão e merecê-la moralmente sem resumo.

SERÁ EU OU ELA À DESANCORAR?

REDUNDA EM MIM ESSA TAL POESIA?

Rogo mirar meus arrependimentos senão na alma mais épura de quem cega simplesmente merecer presença e carecê-la mortalmente sem aplumo.

SERÁ EU OU ELA À DESARRANJAR?

REFINA EM MIM ESSA TAL POESIA?

Miro desejar meus sentimentos senão na alma mais madura de quem emprega distintamente ser pleno e aquecê-la infinitamente sem insumo.

SERÁ EU OU ELA À DESAGRILHOAR?

RECORTA EM MIM ESSA TAL POESIA?

Desejo ousar meus constrangimentos senão na alma mais ventura de quem entrega estridentemente ser ameno e demovê-la salutarmente sem exumo.

SERÁ EU OU ELA À DESARTICULAR?

EM DIÁLOGO COM O POEMA "A FUNÇÃO DA POESIA", DE AUTORIA DE FÁBIO BRANDÃO.

ACESSO EM: http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/3330494

Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 26/03/2017
Código do texto: T5952113
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