Encantosia #005: A VIDA QUE VIVI NO CAMPO
Ó que saudade me bate da roça, onde nasci...
Dormir pela boca da noite,
Aragem que me vem, de açoite;
Nem vento ou calor me atrapalha.
Deitado na diagonal
Em rede tecida em Barbalha,
Chuva ou fruto sazonal,
A safra desembaralha
Perdas que nos grãos desempalha,
Quer em anos ou num pernoite.
Poder acordar bem cedinho
Ali no cantar do galo,
Na goela, meu falar entalo;
Fumaça da boca saindo,
Por causa desse friozinho.
Despertar com a passarada;
Me banhar com água da cacimba;
Um fogão movido a lenha;
Leite mungido, quentinho;
Café com pão fresquinho;
Ovos e um bom queijinho;
Uma rede na varanda
De través, bem relaxado;
Mulher, filhos e netos,
Linda Família para amar...
Que mais devo precisar
Pra ser o ente mais feliz?